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14 de setembro de 2012

Nu


De noite,
Nu, me sentei.

Cruzei as pernas
E apontei a mira
A um organismo
Verde, fotossintético.
Que dançava milimetricamente
Em movimentos de sobe e desce
Ao som de uma música
Tocada pelo Vento.
Essa música era imperceptível por
Mim.
Só pequenos seres
Como aquele
É que poderiam
Sentir, despir,
E dançar ao som da mesma.
Gostava de ser
Um organismo tão pequeno
Que não pensasse e
Não existisse
Mas que sentisse
Apenas a melodia
Mais bonita.
Que nos abraça, acolhe
E me acalma.

Fechei os olhos
E fui abanado
Violentamente pelos
Pensamentos desordeiros
Que são arremessados
De uma ponta do meu cérebro
Para a outra.
Num jogo cíclico, pérfido
Comandado por forças
Que sempre
Cairão fora
Da minha mão.
O vento queria entrar
Mas não o deixavam.
Quis me embalar nele
Mas não interromperam
O jogo.
Fiquei tonto
Do cigarro que fumei?
Ou deste jogo
Repelido e repulsivo
Onde sou um jogador
Passivo?

Nu me senti,
De noite.

4 comentários:

  1. Seria bom se todos viéssemos munidos de um botão que pudéssemos desligar quando nos apetecesse, mesmo para evitar o jogo que jogamos passivamente, ao sabor das forças cruéis, que fazem de nós o que querem.

    Uma inveja dos organismos fotossintéticos percorre-me a alma. :|


    abraço.

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  2. Percebeste-me! :)
    Não sei o que se passa, mas cada vez mais ando fatalista nas minhas palavras... :S
    abraço.

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  3. fico sem palavras depois de te ler.. sempre

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  4. fiquei a sorrir com as tuas palavras,obrigada.
    e sim...oh se são:)

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